O universo cinematográfico da Sony dedicado aos vilões do Homem-Aranha parece ter atingido um novo fundo do poço com Kraven, o Caçador. O filme tenta explorar a origem do famoso caçador, mas falha ao entregar uma experiência engajante ou coerente com o personagem dos quadrinhos.
O maior problema está na descaracterização de Kraven. Nos quadrinhos, ele é um caçador implacável e destemido, mas aqui ele é mostrado com medo exagerado de aranhas, uma escolha que não faz sentido no contexto de sua rivalidade com o Homem-Aranha. Além disso, os diálogos são fracos, incapazes de sustentar o peso dramático necessário, e o roteiro se perde em referências rasas ao universo do Homem-Aranha sem desenvolver uma identidade própria.
Apesar de um desempenho dedicado de Aaron Taylor-Johnson, o protagonista não consegue salvar o filme de seus problemas estruturais. O CGI é outro ponto baixo, especialmente em um projeto que deveria se apoiar na grandiosidade visual. Ironicamente, o leão, que deveria ser apenas um detalhe na trama, acaba sendo um dos poucos aspectos bem executados.
A direção de J.C. Chandor, que já entregou trabalhos sólidos no passado (Operação Fronteira), parece sem vida aqui, com cenas de ação que não empolgam e uma narrativa que se arrasta. O filme, que sofreu com múltiplos adiamentos, chega aos cinemas com uma sensação de cansaço e um roteiro que parece perdido em suas próprias ambições.
No fim, Kraven, o Caçador herda os mesmos erros de outros fracassos do “Sonyverso”, como Morbius, oferecendo mais um capítulo decepcionante para um universo que parece sem direção criativa ou identidade própria.
Nota: 2
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