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Por que o filme mais odiado de Chucky é, na verdade, o melhor

Por que o filme mais odiado de Chucky é, na verdade, o melhor

A franquia “Brinquedo Assassino” desafia os limites do que se espera de uma história sobre um brinquedo que se torna um serial killer. Constantemente, a série encontra maneiras novas e criativas de se manter interessante, como relacionamentos amorosos e avanços tecnológicos, o que a torna uma favorita dos fãs. Contudo, nem todos os filmes agradam aos críticos. “O Filho de Chucky”, em particular, é o menos apreciado tanto pela crítica quanto pelo público, com a pior nota no IMDb e pontuações baixas no Letterboxd e Rotten Tomatoes. Seu tom divertido e a nova direção da história dividiram o público de uma forma que os outros filmes não fizeram.

Mesmo com a recepção morna, o filme pega tudo o que há de bom na franquia e transforma em algo ainda melhor. Seja pela abordagem única da sexualidade ou pela trama ousada, “O Filho de Chucky” se destaca entre os demais filmes da série.

Por que “O Filho de Chucky” é o Melhor Filme de “Brinquedo Assassino”

A principal razão para “O Filho de Chucky” brilhar é a inclusão de Glen, dublado por Billy Boyd. Além de Boyd entregar uma performance incrivelmente divertida, o personagem de Glen adiciona nuances inéditas à série. Geralmente, a franquia foca apenas no entretenimento, sem tentar transmitir mensagens. Por outro lado, “O Filho de Chucky” consegue fazer os dois, abordando temas como ancestralidade e sexualidade sob a ótica de um boneco que busca orgulhar seus pais, ao mesmo tempo em que oferece diversão para o público casual.

A dupla personalidade de Glen se encaixa perfeitamente com os temas de identidade e sexualidade explorados no filme. A natureza agressiva de sua contraparte, Glenda, cria um antagonista fascinante que expressa a raiva de Glen contra si mesmo.

Eles não apenas representam os conflitos internos de gênero de Glen, mas também refletem a jornada do diretor Don Mancini. Após escrever os roteiros dos quatro filmes anteriores, Mancini estreia na direção com “O Filho de Chucky”, obtendo total liberdade criativa. Isso espelha a trajetória de Glen, que luta para expressar sua verdadeira essência, proporcionando uma experiência introspectiva diferente de tudo que a série já apresentou.

Ademais, o filme possui um senso de humor incrível. Apesar de abordar questões sérias de identidade, não tem medo de ser bobo. As conversas entre Tiffany e Chucky sempre foram um dos pontos altos da série. No entanto, em “O Filho de Chucky”, elas são as mais engraçadas, com o ódio de Chucky por Glen gerando muitos dos melhores momentos. Além disso, há diversas situações convenientes para os personagens ao lidarem com conflitos, e o filme as usa como piadas de forma perfeita.

Uma das maiores críticas a “O Filho de Chucky” são os efeitos visuais. De fato, não são tão bons quanto poderiam ser, mas isso é proposital. Assim como em “The People’s Joker” de Vera Drew, os efeitos visuais adicionam um charme ao filme que não existia nos anteriores. Enquanto outros filmes focavam no terror, “O Filho de Chucky” busca novas maneiras de entreter o público, e o faz com sucesso.

Embora contenha elementos de terror, o filme funciona principalmente como uma comédia satírica. A ideia de um brinquedo que se torna um serial killer é assustadora, mas tem seus limites, e “O Filho de Chucky” entende isso. Ao mudar de gênero, o filme encontra formas inovadoras de continuar essa franquia que já dura décadas.

A Ambição e a Violência de “O Filho de Chucky” o Tornam Essencial para os Fãs de Cinema

Mesmo sem as mudanças de gênero, “O Filho de Chucky” é o projeto mais ambicioso da franquia. Jennifer Tilly não só retorna como Tiffany, a esposa de Chucky, mas também interpreta a si mesma no filme. Interpretar papéis duplos, especialmente quando um dos personagens é você mesmo, quase sempre leva ao fracasso, mas a habilidade de Tilly em alternar entre os papéis cria uma experiência divertida e imprevisível que contribui para a metalinguagem do filme sobre identidade.

Como a maioria das franquias de terror, um dos grandes atrativos de “Brinquedo Assassino” são suas mortes, e “O Filho de Chucky” cumpre esse quesito. De ácido sulfúrico a decapitações com arame, há muitas mortes divertidas que satisfazem o público. Talvez não entrem em nenhuma lista de melhores mortes de todos os tempos, mas servem ao filme da melhor forma possível.

Apesar de não ser tão bem recebido quanto outros filmes da franquia, “O Filho de Chucky” leva a série em uma nova direção, e sua análise densa sobre identidade o torna uma experiência válida que se destaca entre os demais. Com um novo filme de Chucky a caminho, é uma pena que a série não tenha trazido de volta o humor e o entretenimento deste filme, pois não há nada igual, nem mesmo fora do gênero de terror.

Fonte: CB

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