Com um toque inovador e emocionante, o mundo da adorada história de Lewis Carroll ganha vida em “Alice e o País das Maravilhas: Mergulho em Wonderland”. Longe de focar apenas em Alice, esta animação japonesa de 2025 apresenta Rise Azumino, uma universitária que se sente perdida e sobrecarregada pelas pressões da vida adulta. Guiada por uma carta misteriosa de sua falecida avó, Rise se aventura em Wonderland e encontra Alice, que não é a mesma da clássica animação da Disney de 1951, mas sim uma companheira em uma jornada de amadurecimento e autodescoberta.
A animação, produzida pelo P.A. Works e dirigida por Toshiya Shinohara, é visualmente deslumbrante, narrativamente introspectiva e profundamente enraizada na sensibilidade da cultura japonesa, conforme apontado por @alice_movie2025 no X. Enquanto a Alice da Disney flutuava por uma paisagem onírica surreal, a jornada compartilhada de Rise e Alice se aprofunda em questões de identidade, propósito e conexão humana.
Um Wonderland com Maior Intensidade Emocional

A “Alice no País das Maravilhas” da Disney, lançada em 1951, era fantasiosa, absurda e assumidamente distante da realidade. Sua Alice não passava por grandes transformações, e sua jornada era mais uma aventura movida pela curiosidade do que uma experiência transformadora. Em contrapartida, “Mergulho em Wonderland” ancora sua história em uma narrativa de amadurecimento, onde a confusão emocional de Rise serve como portal para Wonderland.
Desde o início, Rise se sente sufocada por expectativas: entender as nuances sociais, agir como os outros, alcançar algo indefinido. Essa sensação de impotência e frustração a torna muito mais identificável para o público moderno, principalmente para adolescentes e jovens adultos, do que a Alice curiosa e refinada da Disney. Neste contexto, Wonderland não é apenas estranho por ser estranho, mas sim um espelho das lutas internas de Rise.
A inclusão de uma segunda personagem chamada Alice proporciona a Rise uma companhia e, aos espectadores, uma nova dinâmica. A amizade entre Rise e Alice oferece um apoio emocional que contrasta fortemente com a solidão da protagonista da Disney. Esta Alice não é apenas uma figura que se move em meio à loucura, mas sim uma âncora, uma co-exploradora e um reflexo da necessidade de Rise de se conectar e ser compreendida.
Rostos familiares e encontros reimaginados em mergulho em Wonderland

Ambos os filmes se inspiram na mesma fonte literária, mas o tom e o impacto de cada personagem variam amplamente na adaptação em anime de “Alice no País das Maravilhas”. O Coelho Branco da Disney é um cronometrista frenético que leva Alice a mergulhar em Wonderland. No anime, o Coelho Branco ainda serve como guia, mas apresenta a Rise uma versão mais complexa do mundo da fantasia, que é menos um labirinto caricatural e mais uma metáfora viva e pulsante.
As interpretações do P.A. Works sobre a Lagarta, a Rainha de Copas e o Chapeleiro Maluco trocam o pastelão pelo simbolismo. Cada personagem que Rise encontra tem algo a lhe ensinar, não apenas sobre Wonderland, mas sobre si mesma. Por exemplo, em vez de ser apenas um excêntrico, o Chapeleiro Maluco desafia as noções de ordem e expectativas de Rise. A Rainha de Copas continua aterrorizante, mas sua tirania agora representa o peso esmagador da conformidade que Rise tem enfrentado no mundo real.
Visualmente, o anime aposta em uma narrativa atmosférica. Tons pastéis suaves contrastam com um surrealismo vívido. Wonderland é estranho, mas belo e cheio de calor e caos. Em comparação com o mundo brilhante e quase áspero em Technicolor da versão da Disney, “Mergulho em Wonderland” parece um sonho do qual os fãs não vão querer acordar, onde cada detalhe é imbuído de ressonância emocional.
Mergulho em Wonderland é sobre encontrar a si mesmo em meio à loucura
Enquanto a Alice da Disney se contentava em acordar e deixar Wonderland para trás, a jornada de Rise é sobre integração e trazer os insights de Wonderland de volta à vida real. “Mergulho em Wonderland” se concentra no tema da autodescoberta, um conceito explicitamente entrelaçado no roteiro e nos motivos visuais. Rise não está escapando da realidade, mas a confrontando através das lentes da fantasia.
O filme não culmina com uma fuga apressada, mas com uma escolha. Rise deve decidir que tipo de futuro ela quer. É uma ruptura deliberada com a estrutura circular da adaptação da Disney, onde nada realmente muda. Em vez disso, este Wonderland oferece transformação. A música tema, “Zukan” de SEKAI NO OWARI, reforça este tema com sua mistura de esperança, melancolia e determinação, um tom muito distante das melodias alegres do original da Disney.
“Mergulho em Wonderland” respeita a tradição surreal da história de Lewis Carroll, mas a ressignifica para uma geração diferente.
Em última análise, “Mergulho em Wonderland” respeita a tradição surreal da história de Lewis Carroll, mas a ressignifica para uma geração diferente. É menos sobre o absurdo de Wonderland e mais sobre a jornada emocional dentro dele. Ele pede aos seus personagens e, por extensão, aos seus espectadores, não apenas para vagar pela fantasia, mas para crescer através dela.
Mergulho em Wonderland é um conto clássico recontado para uma nova geração
Enquanto a versão da Disney permanece um clássico atemporal para crianças, “Alice e o País das Maravilhas: Mergulho em Wonderland” fala mais diretamente aos jovens adultos que enfrentam encruzilhadas em suas vidas. Ele oferece uma versão ponderada, emocionalmente profunda e identificável de Wonderland, onde a confusão, o medo e a frustração são validados e explorados.
Este anime não está tentando substituir o filme da Disney, mas sim expandir o universo, oferecendo uma história paralela onde Wonderland é fantasia e terapia. Para os fãs de longa data do conto, é uma reinterpretação gratificante. Para novos espectadores, é um lembrete de que as histórias evoluem assim como as pessoas que as assistem. No final, “Mergulho em Wonderland” pode não ter flores falantes que cantam, mas dá aos fãs algo ainda mais valioso em seus personagens que crescem, se conectam e ajudam os espectadores a se sentirem um pouco menos sozinhos no mundo.
Fonte: SR