Contos da Cripta, uma das primeiras obras-primas da HBO, assim como outras séries antológicas, tem episódios que se destacam mais que outros. E, como uma série de terror antológica, alguns episódios são consideravelmente mais assustadores. Infelizmente, assistir a esses episódios é um desafio, assim como evitar os piores da série, pois Contos da Cripta está envolvida em um mistério sobre quem detém os direitos. Apesar disso, o box com as sete temporadas está disponível e vale a pena.
As primeiras temporadas de Contos da Cripta foram as melhores, enquanto a temporada final, ambientada na Inglaterra, é um desastre. A série equilibrava narrativas cômicas e assustadoras, de forma similar a Além da Imaginação (onde todas as temporadas mantinham um nível consistente). A seguir, apresentamos os contos mais horripilantes.
1) “E Por Toda a Casa” (Temporada 1, Episódio 2)

Logo no segundo episódio, Contos da Cripta entregou um conto fantástico, “E Por Toda a Casa”, dirigido por Robert Zemeckis (de De Volta Para o Futuro e produtor executivo da série) e escrito por Fred Dekker (de A Quadrilha dos Monstros).
A história segue Mary Ellen Trainor como Elizabeth, uma dona de casa infiel que assassina o marido para receber o seguro. Enquanto tenta se livrar do corpo, ela descobre que um louco fugiu do hospital psiquiátrico local, vestido de Papai Noel e portando um machado. Logo, ela o encontra em um jogo tenso de gato e rato com um final trágico para ela.
2) “O Boneco Ventríloquo” (Temporada 2, Episódio 10)

Muitos episódios da segunda temporada de Contos da Cripta pendem para o lado cômico, como “Cartas Marcadas” e “Por um Triz”. Mas o episódio que realmente foca em comédia stand-up com bonecos, “O Boneco Ventríloquo”, dirigido por Richard Donner (de Máquina Mortífera) e escrito por Frank Darabont, foi um dos mais assustadores da temporada.
Acompanhamos o ventríloquo Billy Goldman, interpretado pelo comediante Bobcat Goldthwait, um artista promissor que idolatra o Sr. Ingels (o mestre da comédia de insulto Don Rickles). Mas o Sr. Ingels não é quem Goldman imagina, e ele logo descobre que seu ídolo fez sucesso não por talento, mas por uma deformidade.
3) “Terror na Televisão” (Temporada 2, Episódio 16)

Esta lista não está em ordem, mas se estivesse, muitos fãs de Contos da Cripta concordariam que “Terror na Televisão” estaria no topo. A trama gira em torno de Morton Downey Jr., interpretando uma versão exagerada de sua persona real de apresentador de talk show trash. Ele é tão detestável que quase não nos importamos com o que acontece com ele… mas mesmo alguém tão desprezível quanto Horton Rivers passa por maus bocados.
Rivers se tornou conhecido por investigar cenas de crime e procurar atividade paranormal nelas. Ele recebe a informação de que há fantasmas na casa de Ada Ritter, uma senhora que cuidava de idosos apenas para assassiná-los e coletar seus cheques da previdência social. Enquanto Rivers e seu cinegrafista investigam a casa empoeirada, eles descobrem que ocorrências estranhas estão realmente presentes, ao contrário das falsas que costumam transmitir para o mundo. Azar de Rivers e seu cinegrafista, será a investigação final deles.
4) “Elenco Principal” (Temporada 3, Episódio 5)

Assim como “O Boneco Ventríloquo”, “Elenco Principal” tem artistas cômicos interpretando personagens cômicos, e assim como aquele episódio com Bobcat Goldthwait e Don Rickles, esta história é muito mais assustadora do que engraçada. Também apresenta uma das melhores atuações da carreira de Jon Lovitz.
Lovitz interpreta Barry Blye, um ator falido em busca de sua grande chance. Ele foi demitido por seu agente, abandonado por sua namorada e enfrenta a possibilidade de ficar sem-teto em um futuro próximo. Mas as coisas parecem melhorar quando ele descobre uma nova produção de Hamlet. Após o papel principal ser dado ao ator Winton Robbins (Bruce Boxleitner, de Tron), Blye assassina Robbins, mas descobre que a produção está acontecendo em um hospício, e os internos agora estão no comando.
5) “A Nova Chegada” (Temporada 4, Episódio 7)

“A Nova Chegada” é Contos da Cripta no seu melhor em um único local. David Warner interpreta o Dr. Alan Goetz, um psicólogo infantil de programa de rádio que encontra sua cara-metade em Felicity e sua mãe, Nora. Nora (Zelda Rubenstein, de Poltergeist) liga para o programa e convida Goetz para sua casa, alegando que sua filha é completamente incontrolável.
Dado o agravamento de suas avaliações, Goetz aproveita a oportunidade, mas ao chegar, ele começa a suspeitar que Felicity, que ele, seu produtor e seu assistente ouvem correndo no andar de cima, não é nada além de Nora brincando. Mas, não, Felicity é bem real, e Goetz é apenas o médico mais recente a tentar ajudá-la. Ele sabe disso porque agora está amarrado a uma cadeira na frente de todos os seus cadáveres.
6) “Personalidade Dividida” (Temporada 4, Episódio 11)

“Personalidade Dividida” tem um dos principais elementos do que fez Contos da Cripta funcionar no seu melhor: um personagem presunçoso que recebe o que merece de uma forma verdadeiramente bizarra (e sangrenta). Joe Pesci interpreta Vic Stetson, um vigarista cujo carro quebra em frente a uma mansão luxuosa.
Lá, ele conhece as irmãs gêmeas April e June Blair, cujo pai ultra-rico faleceu recentemente. Stetson vê uma oportunidade (bem, duas), então ele inventa um irmão gêmeo, Jack, e começa a desempenhar esse papel para que possa, em última análise, se casar com as duas mulheres e roubar seus pedaços da herança. Azar de Vic, ele descobre como o pai delas morreu, e elas descobriram que ele é uma farsa.
7) “Morte de Alguns Vendedores” (Temporada 5, Episódio 1)

Os episódios mais assustadores de Contos da Cripta geralmente diminuíam a comédia sombria em favor de, bem, horror. Mas o episódio de abertura da 5ª temporada, “Morte de Alguns Vendedores”, é uma fusão perfeita dos dois, e a atuação tripla de Tim Curry é o melhor trabalho de atuação da série.
Ed Begley Jr. interpreta Judd Campbell, um vigarista que convence as pessoas a comprarem lotes de sepultamento em um cemitério que não existe. Quando ele conhece os Bracketts, ele acha que tem sua próxima vítima perfeita. Mas, na realidade, ele é a vítima deles, e ele não vai sair da casa deles inteiro.
8) “Pessoas Que Vivem em Carros Funerários de Metal” (Temporada 5, Episódio 5)

Os dois primeiros terços de “Pessoas Que Vivem em Carros Funerários de Metal”, da 5ª temporada, não são assustadores. É apenas a história de dois irmãos pobres que querem roubar um depósito de sorvetes. O “cérebro” por trás desse grande crime é Billy DeLuca (o falecido Bill Paxton), que está tão interessado em vingança quanto em dinheiro. O bondoso sorveteiro Earl Byrd (Michael Lerner) demitiu Billy por roubar de seu caminhão. Billy cumpriu dois anos e agora está livre.
Billy e seu irmão mais novo, Virgil (o próprio Chucky, Brad Dourif), entram no depósito, onde Virgil trabalha atualmente, mas são pegos pelo chefe de Virgil. Depois de matá-la, eles descobrem que não há dinheiro no cofre do depósito, então eles vão para a casa de Byrd. Uma vez lá, eles encontram uma tonelada de dinheiro em seu freezer, mas também descobrem como esse sorveteiro consegue entreter as crianças com seus truques de marionetes: ele é uma metade de um conjunto de gêmeos siameses. É o tipo de episódio que é engraçado de forma sombria, e tem a melhor cena final da série a esse respeito, mas também é o tipo de narrativa onde você pode sentir um laço apertando em volta do pescoço dos protagonistas problemáticos. Uma vez que eles estão na casa de Byrd, a tensão é insuportável, e a reviravolta é feita de uma forma que é verdadeiramente chocante.
9) “Casa de Horror” (Temporada 5, Episódio 7)

Assim como “Terror na Televisão”, “Casa de Horror” da 5ª temporada mostrou que Contos da Cripta realmente poderia fazer um festival de sustos em um único local funcionar. Este episódio segue três calouros da fraternidade que sofrem continuamente a ira da arrogância abusiva de seu mega-idiota mestre de calouros. Ele é Les Wilton (Kevin Dillon, que rouba o episódio), e ele diz aos três calouros que sua iniciação final é simples: chegar ao último andar de uma casa abandonada local chamada Cougher House.
É chamada assim porque supostamente há um fantasma lá dentro que simplesmente não consegue se livrar de sua tosse seca. A boa notícia é que não há fantasma. Wilton apenas tem um de seus irmãos do lado de fora com ele com uma máquina de som. E, no entanto, há ruídos ouvidos que a máquina de som não consegue fazer. Pode não haver um fantasma, mas há ghouls de irmãs da irmandade, e Wilton é o jantar deles.
10) “A Beleza Está Apenas na Pele” (Temporada 6, Episódio 2)

Um dos episódios mais subestimados da sexta temporada de Contos da Cripta, “A Beleza Está Apenas na Pele”, não vem equipado com grandes nomes na frente ou atrás da câmera, mas é um pequeno episódio íntimo bem construído. Íntimo em mais de uma maneira. Por um lado, embora Contos da Cripta nunca tenha temido abraçar a sexualidade, este episódio praticamente a exala. Dois, é íntimo no sentido de que realmente se concentra em dois personagens.
Conhecemos Carl Schlag, um homem zangado que vai a uma festa de Halloween onde ele claramente não é bem-vindo. Ele encontra sua ex-namorada lá, e fica claro que, um, ela é a razão pela qual ele foi e, dois, todos os amigos deles a escolheram. É fácil ver por que, já que ele é tão abrasivo quanto possível. Mas então ele conhece Molly, uma mulher com uma máscara branca estranha que veio à festa morbidamente vestida como um saco de cadáver. Os dois voltam para a casa dela e se envolvem repetidamente um com o outro. Mas acontece que ela está e não está usando uma máscara. Aquele em seu rosto não é máscara, é apenas seu rosto. Mas ela não é tão sã quanto deixou transparecer… ela é uma assassina em série, e Schlag acabou de entrar em sua armadilha.
Fonte: CB