Existem várias franquias de filmes de terror que conquistaram o público. Sexta-Feira 13, Jogos Mortais, A Hora do Pesadelo e Halloween são apenas alguns exemplos de séries que tiveram longas trajetórias. No entanto, com o tempo, surge a dúvida sobre potenciais franquias que poderíamos ter visto florescer. Filmes que tiveram um início promissor, mas que, por algum motivo, não ganharam continuações, mesmo com finais em aberto ou direções claras para o futuro. Vamos explorar alguns desses filmes, assim como fizemos anteriormente. Para esta análise, excluímos filmes que tiveram qualquer tipo de sequência, seja nos cinemas, na televisão ou em formato de vídeo.

Muitas vezes, um filme não ganha sequência por não gerar lucro para o estúdio. Essa é a razão em 99% dos casos. O que defendemos aqui é que a narrativa merecia uma continuação, mesmo que as finanças não justificassem.

1) Palhaços Assassinos do Espaço Sideral

O final do clássico cult dos Irmãos Chiodo, Palhaços Assassinos do Espaço Sideral, eleva a tensão ao apresentar o líder de todos os palhaços alienígenas travessos: Jojo, o Klownzilla. Ele quase mata os irmãos Terenzi, personagens cômicos do filme, mas tem seu nariz estilhaçado, aparentemente derrotando-o de vez. Nos momentos finais, a nave dos palhaços é destruída e tortas caem bem na cara dos protagonistas.

É o final que o filme merecia: bobo e divertido, assim como o resto da produção. Mas quem garante que Jojo e os palhaços que conhecemos são os únicos? O que seria de uma invasão alienígena sem um monte de forças de reserva aprendendo com os erros das primeiras tropas? Houve tentativas de entregar uma sequência, até mesmo um “requel” (uma mistura de remake e sequência). As conversas sobre essa possibilidade começaram por volta de 2012, quase 25 anos após o lançamento do filme. Ainda existe público para uma continuação, e até lançaram um videogame no ano passado. A boa notícia é que parece que teremos um remake, com Ryan Gosling como produtor. Contudo, até que o remake seja lançado, Palhaços Assassinos ainda conta como um filme único.

2) Raças da Noite

Raças da Noite, de Clive Barker, uma extravagância inteligente, assustadora e com efeitos práticos incríveis, possui três finais, todos com potencial para uma sequência. Na versão para os cinemas (a mais fraca), o fanático Padre Ashberry se aproxima do cadáver do vilão, o serial killer Dr. Philip Decker (David Cronenberg). Ele coloca o sangue do líder do clã dos “monstros”, Baphomet, na ferida fatal de Decker, o que ressuscita o médico não tão bonzinho, e eles concordam em se vingar das Raças da Noite.

Essa cena também encerra The Cabal Cut, mas como uma cena pós-créditos. Na versão do diretor, a ressurreição do Dr. Decker é removida, mas o Padre Ashberry continua vingativo. Há ainda uma cena de dois membros das Raças da Noite comentando sobre o retorno do protagonista, Boone. Em resumo, claramente havia intenção de mais, mas, devido a um marketing ruim (e, admitamos, falta de apelo em grande escala), nunca houve chance de uma sequência, mesmo que fosse ótimo ver Barker fazer uma.

3) Vampiros de John Carpenter

John Carpenter dirigiu apenas uma sequência, Fuga de Los Angeles, que não obteve grande sucesso. Talvez por isso ele não tenha buscado uma continuação para Vampiros, um dos melhores filmes de sua filmografia tardia.

Entretanto, havia muito a ser explorado na profissão de caçador de vampiros. A equipe de Jack Crow (James Woods) entra em ação apenas nos primeiros 20 minutos antes de ser massacrada. Mas ele poderia ter montado uma nova equipe para uma sequência. Além disso, o filme termina com Crow dando a Tony Montoya (Daniel Baldwin), seu segundo em comando agora transformado em vampiro, dois dias para escapar antes que ele crave uma estaca em seu coração. Temos uma ideia geral de onde Vampiros 2 poderia ter ido.

4) Cães de Caça

Quase todos em Cães de Caça, de Neil Marshall, morrem. Portanto, se tivéssemos uma sequência dessa obra-prima do terror do início dos anos 2000, provavelmente acompanharíamos novos personagens.

Houve conversas sobre uma sequência de Cães de Caça desde 2004 (dois anos após o lançamento do filme de Marshall). Eles tinham até um orçamento e um título perfeito (Cães de Caça: Carne Fresca). Nos 10 anos seguintes, houve um leve e intermitente desenvolvimento nesse projeto, mas ele nunca se concretizou. Aliás, Cães de Caça deveria ser o primeiro capítulo de uma trilogia, mas nem mesmo Marshall vê muito potencial para os outros dois capítulos neste momento, de acordo com um comentário em áudio do filme. É lamentável, mas pelo menos temos um dos melhores filmes de lobisomens dos anos 2000 para apreciarmos continuamente.

5) Freddy vs. Jason

Freddy vs. Jason faz parte de duas franquias maiores: A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13. E ambas as franquias tiveram filmes lançados após 2003, ano de lançamento deste filme (um remake da Platinum Dunes para cada uma). Além de ser a realização de uma promessa aos fãs, Freddy vs. Jason também serviu como um reboot e, em termos de tom, uma produção diferente de tudo que veio antes. Ele não se conecta diretamente a nenhuma das franquias, e sim a um filme evento de terror para se divertir.

É surpreendente que nunca tenhamos tido uma sequência de Freddy vs. Jason, pois todos os motivos para fazê-la estavam lá. O filme quase quadruplicou seu orçamento de 30 milhões de dólares e, em geral, os fãs gostaram. Nem mesmo os críticos o detestaram, o que era comum pelo menos em relação a Sexta-Feira 13. Ele também termina com uma promessa de mais. Vemos Jason saindo de Crystal Lake segurando a cabeça de Freddy, que pisca para a câmera. Poderia facilmente ter havido uma revanche.

Até mesmo Ash, da franquia Evil Dead, deveria ter feito parte (não seria a primeira vez que Evil Dead e Sexta-Feira 13 se cruzariam, como visto em Jason Vai Para o Inferno: A Sexta-Feira Final). E embora isso tenha se tornado uma série de histórias em quadrinhos, Freddy vs. Jason vs. Ash, nunca tivemos essa versão de Freddy vs. Jason 2 nem qualquer outra. E, por mais difícil que seja dizer, parece que o tempo passou. Não há Freddy sem Robert Englund, e o ator de 78 anos afirmou que este filme foi sua última aparição de Freddy nas telonas.

6) Slither

James Gunn está um pouco ocupado agora, mas certamente houve um tempo em que ele poderia ter produzido uma sequência de Slither. Assim como muitos outros filmes nesta lista, Slither é um clássico cult, então não seria uma sequência lançada logo após o original, mas poderia ter acontecido.

Na verdade, Slither termina com uma cena pós-créditos que revela para onde uma sequência poderia ter ido. Um gato se aproxima do cadáver explodido de Grant Grant, personagem de Michael Rooker, e é infectado com o que o transformou em um grande monstro gosmento. Se Gunn estivesse por trás, uma sequência poderia ter sido incrível.

7) Contos do Dia das Bruxas

Assim como Creepshow e Contos da Escuridão, Michael Dougherty criou um filme de antologia de terror fantástico em Contos do Dia das Bruxas. Ao contrário de Creepshow, ele nunca teve uma sequência. Em certo momento, tivemos o pequeno ghoulish Sam em um jogo Call of Duty, então talvez isso valha algo. A história final de Contos do Dia das Bruxas é basicamente um jogo de gato e rato chamado Sam, com Sam sendo o gato e o rabugento Sr. Kreeg (Brian Cox) sendo o rato. As outras histórias envolvem lobisomens, zumbis e um diretor de escola assassino.

Todas essas histórias se conectam de alguma forma ao longo de uma noite de Halloween. Mas Sam é a chave para transformar isso em uma franquia. Seu design é fantástico demais para não ser incluído em uma sequência. Considerando que Contos do Dia das Bruxas tem uma base de fãs cult crescente e devota, ele merece uma sequência. Aliás, uma foi anunciada em 2013, e mesmo que não tenha ido para frente na época, o diretor Dougherty revelou em 2022 que uma sequência está em desenvolvimento ativo. Há interesse tanto no departamento criativo quanto no público. Só precisa do roteiro certo para começar.