Após o sucesso de Superman, todos os olhares se voltam para o Cavaleiro das Trevas. O primeiro filme do Universo DC de James Gunn faz questão de provocar a cidade de Gotham, lar do Batman, que não está muito distante de Metrópolis. Além disso, outro projeto de Gunn, Creature Commandos, mostra o herói se preparando para deter o Doutor Phosphorus e jogá-lo na cadeia. É evidente que o Batman será uma parte importante da franquia em algum momento. No entanto, há um fator que complica as coisas: o Bat-Verso de Matt Reeves. O filme The Batman (2022) foi um grande sucesso, e a Warner Bros. aprovou uma sequência quase imediatamente. Contudo, Reeves demorou alguns anos para acertar o roteiro, atrasando o retorno do herói interpretado por Robert Pattinson.
Provavelmente, Gunn não está tão preocupado com o que Reeves está fazendo, porque ele vai querer que o Universo DC adote uma abordagem diferente para o personagem. Essa é uma jogada inteligente, pois o idealizador de The Batman exagerou um pouco em seu primeiro projeto de super-herói. Na verdade, ele quase impossibilitou que o herói tivesse um futuro real.
*The Batman*: Realismo em Excesso
A Gotham que vemos em The Batman é bem realista. Não há nada de fantástico nos problemas que a cidade enfrenta, como corrupção, fraude e tráfico de drogas. Como está apenas começando sua carreira de combate ao crime, o Cavaleiro das Trevas ainda tem muito a aprender. Ele deixa os bandidos levarem a melhor em várias ocasiões e não percebe que uma pista importante para o plano do Charada estava bem na frente dele o tempo todo. Não há problema em ter um Batman que pode melhorar, mas é difícil imaginá-lo crescendo muito, dadas as limitações que Reeves impõe ao seu mundo.
Apesar de Reeves ter conseguido criar versões interessantes do Charada, do Pinguim e até do Coringa, será difícil trazer à vida alguns dos outros vilões do herói. Christopher Nolan enfrentou um problema semelhante ao fazer a trilogia O Cavaleiro das Trevas, o que o forçou a deixar de lado vilões importantes como o Senhor Frio e a Hera Venenosa. No entanto, Reeves não pode simplesmente repetir as ideias de Nolan e se concentrar em vilões com habilidades realistas, principalmente porque seus colegas da DC Studios já estão mostrando que não têm medo de abraçar o lado mais extravagante do material original.
O Batman do Universo DC: Sem Limitações
Houve muita discussão online sobre trazer o Batman de Pattinson para o Universo DC. Afinal, ele já está estabelecido e seria um ótimo contraponto para o Superman de David Corenswet, que é todo esperança e positividade. No entanto, Reeves não parece interessado em tornar isso realidade, o que coloca o Universo DC em uma situação difícil. Ele precisa do Batman para avançar, mas não pode usar uma versão já popular do personagem. Bem, isso é realmente uma bênção disfarçada, porque o Cavaleiro das Trevas do Universo DC já tem muito mais potencial do que a versão de Reeves.
O filme do Cara de Barro é um ótimo ponto de partida para analisar esse argumento. Havia rumores de que o filme sobre a origem do vilão se passaria no Bat-Verso, mas Gunn descartou essa ideia quando o desenvolvimento começou a ganhar força. Ele explicou que um personagem como o Cara de Barro não se encaixaria no mundo de Reeves, o que é verdade. Um vilão metamorfo que pode se transformar em um monstro gigante de argila não faria sentido perto do herói de Pattinson. Mas o Universo DC está mantendo as portas abertas para todas as possibilidades, recusando-se a colocar seu herói em uma caixa impossível de abrir.
À medida que ambas as franquias continuarem, ficará claro qual delas realmente ama seus personagens e qual delas os usa para criar um drama policial que funcionaria mesmo sem o logotipo da DC. Há uma pequena chance de que Reeves possa mudar de direção em The Batman Part II e abraçar o absurdo de um homem fantasiado de morcego, mas quando o filme chegar aos cinemas, pode ser tarde demais. Reeves teve sua chance e decidiu manter seu estilo realista.
The Batman Part II chega aos cinemas em 1º de outubro de 2027.
Fonte: CB
